''A reflexão ajuda a considerar o que você fez, como você e seu cliente agiram, quais foram os resultados, como você poderia ter atuado de forma diferente"
(J. Hay, 2007)
O tema resistência à supervisão tem sido abordado nos últimos anos por alguns coaches conhecidos e respeitados que atuam como supervisores. Estes tem ressaltado o quanto o coaching executivo estimula e apoia a reflexão, o desafio construtivo e o pensamento crítico, contribuindo para a expansão da capacidade de crescimento e desenvolvimento dos coachees e das organizações nas quais atuam.
Estudos disponíveis indicam que apesar das iniciativas de algumas organizações, como é o caso da European Mentoring Coaching Council (EMCC), da lnternational Coaching Federation (ICF) ou a realização da Conferência Internacional de Supervisão em Coaching realizada na Universidade de Oxford Brooks em 2019, os resultados não tem sido animadores. Estes não tem impactado favoravelmente o uso da supervisão como uma prática importante para o contínuo aperfeiçoamento dos coaches em geral e dos coaches executivos em particular.
O Manifesto sobre Coaching, (2019) da autoria de Hawkins, Turner e Passmore, apoiados pela Association of Coaching e pela Henley Business School (Krausz, 2020) não alcançou a repercussão esperada, embora os autores tenham declarado expressamente que "nós, os autores deste manifesto, acreditamos que fazer supervisão é um aspecto fundamental do desenvolvimento pessoal e profissional dos coaches..."
Seta, Goldvarg e Eustice, (2022) numa investigação recente sobre o tema intitulada Resistance to Coaching Supervision in the Americas, observaram que " resistência à supervisão em coaching tem sido um tema persistente em vários países das Americas e pouco se sabe a respeito das possíveis causas":
O citado estudo propôs-se a investigar as fontes e as possíveis razões desta resistência, bem como as estratégias utilizadas pelos supervisores de coaching para ultrapassar esta barreira. Embora apresentado na Conferência Internacional de Supervisão em Coaching patrocinada pela Oxford Brooks University em 2019 e num evento da European Mentoring and Coaching Council em 2020 sua repercussão foi inexpressiva.
Foram consideradas duas definições de supervisão em Coaching:
1. "Uma pratica reflexiva na qual o coach traz o seu trabalho de coaching para um espaço com o objetivo de refletir sobre ele" (EMCC).
2. "Uma prática de aprendizagem colaborativa para construir de forma continuada a capacidade do coach através de um diálogo reflexivo para o benefício do coach e do seu cliente" (ICF)
Os autores da investigação definiram o termo resistência como "comportamentos, atitudes e observações que rejeitam/minimizam a supervisão em coaching como uma prática valiosa para o desenvolvimento dos coaches". Informaram, também, que receberam sugestões para incluir, além dos termos constantes na definição, palavras como hesitação e relutância com o objetivo de melhor refletir os sentimentos dos coaches que não aderem à esta pratica.
O citado estudo teve como objetivo investigar a resistência dos coaches tal como vista através dos membros do American Coaching Supervision Network (ACSN).